Voadores bem vindos

sábado, 23 de abril de 2011

Ausência por duas semanas

Queridos amigos, blogueiros e voadores de plantão:

Estarei fora do ar ... do blog,  por aproximadamente duas semanas.

Farei a tão sonhada e não esperada viagem!

Voltarei com muitas novidades, e espero,  muitas mudanças!

Leiam e releiam com mais calma o blog e postem comentários!

Estarei em contato por e-mail, para quem quiser se comunicar comigo...

A bientôt !

 Até breve!



Cláudia Anahí

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Paris


Enfim,se torna realidade um sonho
Que de tão sonhado
Nunca foi esperado

Vou voar, nas asas de um avião
Sem ilusão
Para o além mar

Paris é como um amor platônico
E todo amor platônico não é real
Jamais se realiza!

Agora, na realidade desse vôo
E não nas asas da ilusão
Vou de coração aberto
Sem planos nem espectativas

Pois como no amor
O melhor é esperar
Sem perspectivas
Pois assim
Tudo o que vier é lucro!!!

Vou a Paris
Para ser surpreendida em cada esquina
Ver o inusitado a cada curva da estrada
Vou viver sem sonhar
E me surpresar
A cada olhar!


Cláudia Anahí

terça-feira, 19 de abril de 2011

Vida



A vida
Está em nossa mente

Construímos nossos sonhos
Nossos dias de sol
Nossas noites de tormenta

Construímos até as pessoas
Os vários amores
E as decepções
Por não terem aquela arquitetura perfeita
Existente só nas nossas ilusões

Construímos as nuvens que escurecem nossa alma
E fechamos os olhos  impedindo o luar
Que a tantos faz sonhar!

Vivemos numa "matrix"  edificada por nós mesmos...

A vida são escolhas do nosso pensar

 minuto a minuto

Eu escolho a luz
Do sol e da lua
Dos raios nas tempestades

Escolho a espera que com a observação nos faz
Conhecer e admirar o outro
Pela pura leveza do simplesmente ser
E não pela minha perspectiva
E expectativa

Escolho amar holisticamente
Escolho a ilusão
De mim mesma
Escolho meu mundo
De sonhos, estradas
E surpresas

Escolho voar
Agora... com minhas próprias asas!



Cláudia Anahí

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Asas da Ilusão

                                                  imagen coletada na internet



Um sopro de esperança
Desce e  impulsiona
Fortalecendo as asas da ilusão

Aquela que acredita
Que o amor que envio
Desde o meu coração
Envolve o teu e volta para mim

Só o que levo comigo
É o amor incondicional
Que sem esperança se entrega
À resignação de amar sem receber resposta

Pode ser uma viagem solitária da mente
Ou um engano da alma
Mas hoje
Somente hoje
Dou-me o direito
De amar e esperar resposta

Pois aquela sorrateira companheira
Que sempre estou a expulsar
Voltou...


Aquela velha esperança de ter voando comigo!



Cláudia  Anahí

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Saudade



A saudade é o ontem
Saboreado com ternura
Revivemos a brandura
Os momentos de doçura
Que tão felizes nos tornou

A saudade aflora
E vigora
O ontem que não voltou

E jamais voltará

Pensar no ontem agora
Dissolve o hoje
Que amanhã já passou.

O momento não navegado
Torna-se o amargo tormento
Que nenhuma saudade deixou.






Cláudia Anahí

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Viajar ...Mudar


Viajar, sonhar, mudar...
o que nos espera na próxima esquina?
que emoções nos trazem novos lugares?
viajar sem planos
viajar o além mar...

que surpresas te esperam
nos lugares onde a saudade existe
sem nunca ter o corpo estado presente ?

quem não tem saudades de Paris?
toda alma conhece Paris!

a alma já percorreu todos os lugares
todos os sonhos
todos os mundos

Só falta o corpo e a mente acompanhar esse vôo,
 esse sonho que agora é real

agora eu vou
de corpo, alma e mente
vou  passear pelas ruas de Paris
conhecer os lugares que a alma já conhece
e o corpo jamais sonhou conhecer


vou conhecer o passado
me encontrar com pintores, escultores e mentores
que sonharam, viajaram e mudaram,
 não só eles mesmos,
mas mudaram o mundo
mudaram o olhar
e a perspectiva do que viria

Vou me encontrar com o passado
 o presente e o futuro

vou viajar, sonhar e com certeza...
vou mudar,
não o mundo todo
mas o meu mundo...é certo que vou!



Cláudia Anahí

terça-feira, 12 de abril de 2011

Sonho x Realidade


De sonhos vive o homem
Já diriam os poetas

E quem em vão sonharia
Morte em vida levaria

Mas as vezes  o sonho
Vem antes do sonhar
Sem saber por onde
Ele invade
E toma conta do viver

Coisas que jamais sonharia acontecem
Coisas  sempre sonhadas evaporam
Dando lugar ao momento
Que de sonho não tem nada
Mas se torna realidade
Essa tão sonhada
Parte do existir,
Do hoje, do agora
E do nunca mais...

Cláudia Anahí

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Alento



Eu quero te esperar
Nos momentos de desalento
Com meu olhar te abraçar
E com meu colo te dar
O fôlego e a força
Para superar
Cansaços e  medos

No teu desconsolo
Eu quero ser teu alento
Para trazer
Com afagos e carinhos
A certeza e o sentimento
De saber que és a luz
Que brilha no meu firmamento

 Cláudia Anahí

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A Minha Viagem Insólita V

Resolvemos voltar antes do pôr do sol. Estávamos a meio caminho, quando passam por nós vários ônibus e eu comentei com o Zé que deveria ter outra excursão além da nossa.
Ele colocou uma cara de preocupado e murmurou - ai ai ai, eu disse que não ia dar tempo...
Quando eu ia dizer para ele relaxar que não eram os nossos ônibus, ouvimos nossos amigos  gritando nossos nomes.
 Eram os nossos ônibus que estavam indo embora!!!!
E nós na metade do caminho naquele calhambeque-tartaruga!!!!!
Entrei em desespero e acelerei tudo o que podia contrariando os gritos do Zé que avisava que ia fundir o motor e íamos ficar a pé!
Foi exatamente o que aconteceu.
O carro parou no meio de muita fumaça. Não havia tempo nem de discutir, descemos do calhambeque e começamos a empurrar o mais rápido que podíamos. Depois de umas três quadras, suando e bufando o Zé pergunta se eu tinha tentado ligar de novo o carro. Eu disse que não, e pela cara que ele me fez eu pulei para dentro o mais rápido possível  e tentei ligar.
 Milagre!!! O carro ligou, mas eu acelerei tanto que saí rápido demais e o Zé ficou  para trás. Eu não queria parar com medo que  apagesse de novo  e gritava  para que pulasse no carro.
O calhambeque parecia endemoniado, pois o Zé corria e não conseguia alcançar, foi quando tentei pisar no freio e nada! O carro não parava de jeito nenhum e estava chegando uma decida.
 Eu comecei a gritar socorroooooooo, não consigo paraaaarr!!!
 O Zé diz para eu dar a volta e eu viro a direção e quase capoto, juro que fiquei em duas rodas (o Zé diz que não), passo pelo Zé de novo e ele pula para dentro do carro. Assim que ele pula chega a decida e a tartaruga se transforma num leopardo!
Pega uma velocidade enorme e a cada encruzilhada eu passo de olhos fechados gritando aaaahhhhhhhhhhhhh. Eu não usava  buzina mas usava a minha garganta. Os carros paravam  assustados com meus gritos de pavor. A cada esquina o Zé gritava - pisa o freio, pisa o freiooooooo, paraaaaaaa!!!!!
Bom, se levamos duas horas para ir, levamos quinze minutos para voltar.
Ao entrar no centro devido a uma leve subida  o carro perdeu velocidade e eu finalmente pisei no freio fazendo o Zé bater de barriga no  carro e quase passar  para o outro lado. Foi quando escutei um grunhido entre dentes: sai daí que EU dirijo!

Chegamos calmamente no lugar de entrega do calhambeque de brinquedo. Quando me preparei para começar meu discurso dizendo que aquele calhambeque era um perigo, praticamente um assassino,  o Zé revirando os olhos me puxa e só diz: corre!

Corremos até o  lugar onde estavam os ônibus.
 Desolador. Onde havia carros, ônibus, pessoas, agora só o vento levantando uma leve poeira. Nada. Vazio.
Visualizei bem ao fundo um pequeno grupo de pessoas, e corri até lá. Ofegante e com minha cara de gato do Shrek, expliquei o que aconteceu. Um deles me diz apontando para a rua que aquele é o único carro que voltaria a Montevidéu . Sem nem pestanejar corri para eles pedindo carona. Todos de branco com cara desconfiada disseram que não tinha problema, se nós realmente quisermos carona....e foi aí que eu vi o carro...era uma ambulância muito, muito antiga!

Voltei a Montevidéu sentada numa cadeira de rodas e o Zé, deitado e amarrado numa maca. Sem salgadinhos e muito menos Legião Urbana. Mas pelo menos... tinha Cumbia tocando num radinho de pilha...

Fui perguntar se o meu amigo estava confortável, e permanecendo como estava, deitado com as mãos cruzadas na barriga olhando para cima, me disse com voz gelada  que se eu tinha algum amor pela minha vida e meu pescoço, eu não abrisse a boca até chegarmos a Montevidéu!

Graças a Deus o Zé é uma pessoa maravilhosa. No outro dia, chegando para assistir palestras (sim, porque a essa altura eu nem pensava mais em aventuras!), encontro o Zé rindo muito no meio de colegas. Ele estava contando o nosso passeio no calhambeque assassino.

As amizades que fazemos nas diferentes fases das nossas viagens, que é a nossa  vida, é o que nos leva a crer que esse mundo é realmente maravilhoso, e apesar das tentativas a bestialidade, ele segue e sempre seguirá sendo o melhor lugar para se aprender a viver, evoluir e  navegar.
Quando se volta de uma viagem maravilhosa, é possível perceber que apesar da beleza e encantos dos lugares diferentes do nosso planeta, o melhor lugar do mundo é e sempre será... a nossa casa!!!!

FIM


Cláudia Anahí

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A Minha Viagem Insólita IV



                                                                        Plaza de Toros


Assim que começamos a andar no calhambeque descobrimos porque não exigem carteira de motorista. A velocidade máxima do carrinho devia ser de 10 km por hora, qualquer criança poderia dirigir sem perigo...desde que não fosse eu!

Se acelerávamos demais o carro largava uma fumacinha e apagava. Tínhamos que descer e empurrar.

O Zé descobriu a zona Real de  San Carlos, que ficava uns 3km distante dali. Lá poderíamos visitar a Plaza de Toros. Um lugar construído para realizar corridas de touros, uma simulação das touradas . O projeto era ambicioso, com toda uma estrutura turística de hotéis e cassinos num lugar afastado,sendo o público alvo uruguaios e argentinos. Mas não foi finalizado. Como a simulação não dava lucro, fizeram verdadeiras touradas sangrentas e devido a isso o local foi fechado. Por um tempo, foi feita a tentativa de reativar o monumento utilizando-o  para outros jogos, menos horrendos, nas décadas de 70 e 80. Mas depois, voltou a ficar completamente abandonado.

Na hora já me preparei para ir conhecer o lugar, e o Zé ficou receoso de não dar tempo para pegar o ônibus de volta. Rapidinho o convenci que não precisava se preocupar com o tempo.Daria tudo certo!

 Fomos bem faceiros buzinando e cantando “O Calhambeque, bi-bi  quero buzinar o Calhambeque Bi Bidhu! Bidhubidhu Bidubi!...” . Aproveitando as paisagens, cumprimentando os carros e motos que passavam por nós, me sentia a mesma adolescente que roubava a moto do meu avô!
 
Achei o lugar maravilhoso. Impressionante aquela construção estilo mourisco espanhol com armação de ferro já deteriorada pelo tempo. O lugar tem capacidade para oito mil espectadores. Mas agora está lá, imponente e abandonado, para lembrar  como pode ser grandiosa e até graciosa a bestialidade humana.

Muitas vezes as coisas ao nosso redor são mascaradas, parecendo grandiosas e elegantes, quando na verdade, o objetivo obscuro é horrrendo. Como por exemplo, o aculturamento dos povos. Os macaquinhos aculturados acham muito “chique” incorporar palavras em inglês a seu próprio idioma, esquecer sua cultura e costumes como modo de vestir, falar e até comer, para imitar outros povos, os mesmos que nos oprimem e exploram nossas riquezas, devastam nossa natureza, escravizam nosso trabalho e nossos sonhos...e isso passa a ser "chiquérrimo", elegante, atinado.  Passa a ser como esse monumento à bestialidade, admirado por todos. Espero que um dia, se torne abandonado também, como está a Plaza de Toros!

Continua...

Cláudia Anahí

segunda-feira, 4 de abril de 2011

A Minha Viagem Insólita III

Chegamos a Colônia, direto ao centro da máquina do tempo!
 Passear por aquelas ruas, visitar ruínas e enxergar lamparinas me fez voar, imaginando como deve ter sido pertencer a um lugar que foi  alvo de lutas e trocas entre portugueses e espanhóis. A própria identidade daquele lugar foi substituída tantas vezes pela vontade e cobiça de alguns. Essa cidade foi palco de disputas por terras, comércio, pessoas, idiomas, pátrias e paisagens. Voei direto a São Miguel das Missões, lembrando da sensação que tive ao assistir o espetáculo Som e Luz, vendo o sangue dos índios derramados na terra, levando ao chão seu destino e seus sonhos.

Fui tirada desse cenário pela voz do Zé, soando ao longe.... – hem,  vamos lá pegar a motinho?
Motinho??? Pareceu tão estranho ouvir a palavra moto onde eu só enxergava cavalos e canhões!

Foi quando o Zé me mostrou as “motinhos”(ciclomotor) percorrendo o lugar.
Como se tivesse apertado um botão dessa extraordinária máquina do tempo, acelerei centenas de anos e fui parar na minha pré adolescência, exatamente na cidade de Treinta Y Tres neste mesmo país. Eu voava as tranças em cima da motinho do meu avô. Todas as tardes na hora da sesta eu e minhas primas roubávamos a sua moto para ir tomar banho no rio Olimar. Com aquela ingenuidade das crianças que acham que podem enganar velhos sábios, fui desmascarada no dia que fomos pegar a moto e encontrei o bilhete do meu avô avisando que a gasolina da moto não chegava até o rio!

Volto ao presente com a fome de aventura adolescente que me trouxe essa lembrança. Mais uma vez a gazela saltitante incorpora  em mim e fui  puxando o Zé pela mão para alugar a motinho.  Ofegante o Zé falou:  Algo me diz que eu vou me  arrepender ...

Alugamos a moto, discutindo quem iria dirigir, quando o atendente nos pede a carteira de motorista. Olho para o Zé com ar de derrotada e digo - Tá bem  tu dirige, mostra pra ele a carteira. – Não, pode mostrar a tua, tu dirige. Ficamos nesta discussão de tu, não tu, até que descobrimos que nenhum de nós tinha a tal da carteira.
Não sei que cara eu fiz para o atendente - deve ter sido parecida com a do gatinho do filme Shrek - pois ele disse, balançando a cabeça,  que tinha uma solução: Não era moto, era um mini carro em forma de calhambeque com rodas de bicicleta e motor de moto, tipo brinquedo de criança.  O Zé olhou com ar resignado e disse que para passear comigo, não poderia esperar nada menos inusitado que um calhambeque de brinquedo.
 E lá fomos nós para a próxima aventura,  de calhambeque bi biii!

O tempo é relativo, já dizia Einstein. Muitas vezes desejamos voltar e reviver os bons momentos em que a alma foi liberta, e não existia mais nada pela frente, a não ser, a felicidade de aproveitar aquele exato momento que estavamos vivendo.

Continua...

Cláudia Anahí

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A Minha Viagem Insólita II

Uma das programações do encontro foi uma viagem a Colônia de Sacramento, que fica a alguns Kms de Montevidéu. Cidade histórica para qualquer aspirante de arquitetura se deliciar...passear por aquelas ruas é como entrar na máquina do tempo. Parece até possível escutar os cascos dos cavalos nas pedras  e o barulho das carruagens!

Sairíamos cedo da manhã e voltaríamos de Colônia à tardinha.
Os organizadores avisaram que seriam poucos os ônibus disponíveis.
Quando chegaram,  foi uma gritaria e uma correria que eu nunca tinha visto. Nós que fomos os primeiros a chegar (sim, os únicos idiotas que acreditaram que a excursão de estudantes que fazem festa a noite inteira sairia cedo da manhã),  estávamos sendo os últimos a conseguir lugar!!!!
Com desespero e força puxei meu amigo Zé e fui empurrando todos na minha frente. Claro que o usei  como escudo, e isso o deixou um pouco irritado.Ele queria entrar no outro ônibus e não teve a menor chance!
Ao chegar perto da porta  eu soube exatamente a força e os impecilhos que minha filha teve ao nascer! Gente, entrar naquele ônibus foi um parto! E olhem que eu sei do que estou falando! Tinha acabado de passar por um a menos de dois anos!

Entramos e conseguimos um ótimo lugar. E eu, como sempre discreta e elegante, falava com o Zé aos gritos, dizendo que eram todos mal educados, só podiam ser argentinos,  e que preferia outro parto a  ter  que passar por isso de novo...e blá, blá ,blá...  meu amigo fazia caretas e dizia para calar a boca...e eu,sem dar atenção, mais falava, ou melhor, bufava.
Até que ele me deu um puxão pelo braço me obrigando a sentar e acabar com meu discurso. Mas infelizmente foi tarde demais. E eu aprendi a nunca mais falar mal de nenhum povo, muito menos os argentinos, nossos queridos vizinhos. É impressionante o que a mídia, irritada por um simples futebol,  faz com a mente das pessoas. Bem feito por seguir os meios de comunicação feito gado e não pensar por mim!
Assim que ligaram os motores do ônibus (e foi aí que desejei nunca ter aprendido a falar espanhol para não entender o que estavam dizendo) pediram que os brasileiros bem educados, por favor, se retirassem do ônibus pois ali só era permitida a entrada de argentinos mal educados, escandalosos que não gostavam de parir!
Deu para entender por que eu quis voltar ao útero da minha mãe e nunca mais sair de lá?

Eu não podia acreditar que estávamos de novo sentados na calçada vendo TODOS os ônibus partir. Eu tinha acordado às cinco e meia da manhã para chegar lá antes das sete! E era meio dia e eu não tinha conseguido ENTRAR em um ônibus... e permanecer nele sem ser expulsa!

Eu não tinha coragem nem de olhar para o meu amigo, pois a única vez que tentei abrir minha boca para pedir desculpas, ele fez um sinal com o dedo no meu nariz e eu soube que apanharia se desse mais um suspiro.

Mas....eis que de repente, não mais que de repente,  pára um carro na nossa frente e um cara coloca a cabeça pra fora e grita com  sotaque paulista: - Ei, alguém aí fala espanhol? Tô a fim de ir a Colônia, mas não entendo nada do que esse povo fala!

Saltitando feito uma gazela,  corri p o carro e disse que poderia ser a interprete dele se ele levasse eu e meu amigo. Graças a Deus eu sei falar espanhol!!!!

Olhei para o Zé e disse: Não precisa agradecer querido, tocando no queixo dele e piscando, com a pose de: eu sou demais!!!!!
Fomos para Colônia, de carro, com ar condicionado, refrigerante gelado, cervejinha, salgadinhos, Legião Urbana e Titãs!

Fiquei olhando a paisagem, abri bem o vidro do carro para sentir os cheiros que o vento trazia acariciando meu rosto, estava muito feliz. Nossa... eu não lembrava como é bom viajar! Saber que o inesperado se apresenta em cada curva da estrada...
Fechei os olhos e rezei para que minha filha estivesse tão bem e  feliz quanto eu.

continua....

Cláudia Anahí