Voadores bem vindos

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Luz no fim do túnel


Sinto que estou desintegrando
Como a imagem no computador
Ou na televisão
Que os pixels se desintegram se desencontram

Como uma casca que me envolve
Como a pele de uma cobra
Como as penas da águia
Como a placenta que  liberta


Não sei onde estou nem para onde vou
O que me espera,  me afaga ou me maltrata?

Indefesa como um recém nascido
Me vejo em posição fetal
Ainda querendo o abrigo do útero
Ainda sabendo que tal proteção não há
Nem virá...
´
Somente eu, esse novo ser que surge a cada dia
Poderá me proteger
Ou me socorrer!


Vejo então uma luz no fim do túnel...

Seja o que for
QUE VENHA!

Levanto meu corpo
Estufo o peito
Sacudo as asas...

Estou pronta, 

PODE VIR!


Cláudia Anahí

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Abismo


Qualquer passo que eu der
Pra frente ou pra trás
Para um lado ou para o outro
Pra cima ou pra baixo
Eu caio no abismo
No vácuo ou no caos

Só poso ficar estaqueada como uma estátua
Sem mexer nem uma molécula
Parada
Imóvel
A espera...

O pior dessa espera
É não ter a menor idéia do que está por vir
para onde correr ou como se esconder

Não sei o que virá
Se é que virá...

Quem sabe não é o fim?

Enquanto espero nesse abismo por todos os lados
Só sinto o frio
Que o vento trás
Por detrás
Dessas velhas e cansadas mazelas...


Cláudia Anahí

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Ilusão



Ah esses poetas...
Insistem em falar de amor!

Sabem que o amor romântico é uma ilusão
E mesmo assim convidam
A voar nessas asas
Por rotas imaginárias
A extravasar sentimentos..

Quando se embarca nesse vôo
Sobe-se tão alto que
O amor entorpece e a paixão cega

A alegria de viver corre nas veias e exala pelos poros
Escuta-se a música desde as entranhas
e a dança ao sol e a lua é tão natural como o vento que a embala

Até o dia que se descobre
Que as asas são imaginárias
E tudo não passa de ilusão

E a caída de tão alto
Despedaça de novo
O pobre coração

De novo perde-se no espaço
De novo o viver sem rumo
De novo se fecha por dentro
Como um caramujo num labirinto

De novo se pergunta
Viver? Pra que?
Se tudo não passa de uma ilusão?

Pobres poetas...


Cláudia Anahí

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Eu sou o Xingu



Eu sou o índio que se alimenta de peixes
Eu sou o peixe que nada no rio
Eu sou o rio que corre feito serpente

Eu sou a energia limpa dos ventos e das marés
Eu sou a criança que corre nua pela mata
Amiga das feras, Curupiras e Iaras


Eu sou a floresta que traz a cura
Eu sou a sabedoria desta terra que não tem dono
Eu sou aquela que sana  todos os males
Eu sou a natureza em todos os lares

Eu sou Gaia
Eu sou Pachamama
Eu sou o sol
Eu sou a lua
E todas as estrelas

Eu sou todos nós unidos
Pela preservação
Do Brasil

Livre de usinas
E de  Belos Montes arcaicos.

Eu sou o pulmão do mundo
Eu sou a água limpa

Eu sou o Xingu!


Cláudia Anahí

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Águia



Existem momentos
que é preciso se esconder
se proteger
se enrolar feito um caramujo
e assim ficar por um tempo...
em silêncio...
esperar

contemplar apenas
entrar no nada
ser o nada...
o vazio...


nesse vazio por dentro, começar a esvaziar por fora
esvaziar o coração de sofrimento
esvaziar a cabeça de preocupações
esvaziar as gavetas de bugigangas
esvaziar a alma de frustações e penas...


se transformar como a águia
que se retira por 150 dias!
retira as garras que não caçam mais
o bico que está por demais distorcido
as penas que não a deixam voar tão alto

e espera...a renovação!


todo processo de renovação é dolorido
 é como nascer denovo


 dói.................mas liberta!


Cláudia Anahí Aguilera Larrosa

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Que Belo Monte de Coisas



Que Belo  Monte de coisas

Que Belo Monte de inundações

Que Belo Monte de extinções

Que Belo Monte de extermínio

Que Belo Monte de ambição

Que Belo Monte de eletricidade

de vaidade

de cobiça

de morte...

Que Monte de coisas...que de Belo nada tem....


Cláudia Anahí

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Poesia e Pêssegos




Alguns poemas que leio
São como os pêssegos da minha infância

Grandes e esbeltos na cor e forma
Aromatizantes... trazendo os cheiros de outrora
Aveludados... como os versos que formam sua casca
Doces... tal qual o mais doce dos sentimentos por dentro
Suculentos.... ao absorver o sabor de cada palavra...



Cláudia Anahí

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Normal


Estou normal
Nem bem nem mal
Nem feliz nem triste
Nem apaixonada nem descrente
Nem mesmo contente
Ou ausente...


Normal.........




Nossa................QUE TÉDIO!!!!



Cláudia Anahí